A Origem do Xamanismo
- multiversobycassi
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O xamanismo tem uma longa e lendária história, considerado por alguns como tendo se originado na Sibéria.

O xamanismo tem uma longa e lendária história, considerado por alguns como tendo se originado na Sibéria, onde membros de tribos indígenas colhiam o cogumelo amanita-muscaria (ou agaric-mosca), que por vezes é venenoso e altamente psicoativo.
Muito antes das grandes religiões, das filosofias ou da própria escrita, havia o xamanismo. Mais do que uma simples crença, era um modo de vida — uma ponte entre o nosso mundo e os mistérios do cosmos. No Brasil, onde a natureza se manifesta em toda sua força, o xamanismo ressoa de forma especial, conectando saberes ancestrais a uma busca por autoconhecimento e cura que atravessa os séculos.
O xamanismo é, sem dúvida, uma das práticas espirituais mais antigas do mundo. Sua origem, embora frequentemente associada às tribos da Sibéria e Ásia Central — onde a palavra saman ("aquele que sabe") nasceu —, é um espelho de uma verdade universal: em todas as culturas, a humanidade sempre buscou um elo com o sagrado. De nativos americanos a povos indígenas na Amazônia, as práticas xamânicas surgiram de forma independente, provando que a necessidade de se conectar com o espírito da natureza é inata a nós.
A Essência do Xamanismo: Animismo e Cura
O cerne do xamanismo é o animismo: a crença profunda e intuitiva de que tudo o que existe — uma pedra, um rio, um animal, uma montanha — possui um espírito. Essa visão de mundo transforma a paisagem em uma biblioteca de seres vivos, onde cada elemento da natureza é um guia, um mestre ou um ancestral.
O xamã é o guardião desse conhecimento, o "curandeiro ferido" que, através de jornadas em estados alterados de consciência (por meio de rituais, sons, cantos ou plantas de poder), viaja para outros planos de existência. Nesses planos, ele se conecta com os espíritos para:
Curar doenças físicas e espirituais.
Resgatar partes perdidas da alma.
Buscar orientação para a comunidade.
Estabelecer comunicação com ancestrais falecidos.
Influenciar o ambiente, como o tempo e a caça.
No mundo moderno, onde a ciência nos ensina a compartimentar a realidade, o xamanismo nos convida a uma visão unificada. Ele nos lembra que a separação entre corpo e espírito, entre a natureza e o ser humano, é uma ilusão. As técnicas xamânicas, hoje, são redescobertas por psicólogos, terapeutas e buscadores espirituais que encontram nessas práticas ancestrais uma forma de reconectar com sua própria essência e com o poder curativo da Terra.
Uma Tradição de Resistência e Conexão
Ao longo da história, o xamanismo enfrentou perseguições e foi estigmatizado por governos e religiões que o viam como uma prática "primitiva" ou "obscura". No entanto, sua resiliência é um testemunho de sua validade e força. Milênios depois das primeiras pinturas rupestres na era Paleolítica, o xamanismo continua vivo, não apenas em tribos isoladas, mas também nas grandes cidades, onde a espiritualidade moderna busca suas raízes.
Ele nos ensina que a existência não é apenas sobre o que vemos, mas sobre o que sentimos e percebemos com o coração e a alma. Que a vida é um ciclo contínuo, e que cada um de nós é uma ponte entre o céu e a terra. Assim, o xamanismo continua a ser a chave para a existência, uma prática atemporal que nos convida a despertar para a magia que habita em tudo e em todos.
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