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Arqueólogos encontram cidade maia perdida utilizando laser

Um novo estudo publicado no periódico Antiquity, divulgou a descoberta de uma cidade maia perdida em uma floresta no sudeste de Campeche, sul do México.


Ruínas antigas em Becan no México (Foto: Reprodução/Mediateca INAH)

Arqueólogos a apelidaram como Valeriana, em razão da lagoa de água doce na região. Diferentemente de outros achados, não foram necessárias escavações minuciosas ou adentrar a densa selva da região, os pesquisadores empregaram a nova tecnologia com lasers, drones e mapas de satélite.

Conhecido como ‘lidar’, a técnica funciona com sensoriamento remoto com lasers pulsados e dados coletados por sobrevoos. Estes lasers geram um mapa topográfico – eles são disparados de uma aeronave, ricocheteiam em objetos no solo e retornam ao detector original na parte inferior da aeronave. O método também pode gerar modelos tridimensionais precisos e muitos indicam que seu uso pode revolucionar a maneira como os arqueólogos exploram civilizações antigas.


Luke Auld-Thomas, antropólogo da Northern Arizona University, e sua equipe foram os responsáveis pela descoberta. As novas ferramentas permitiram a revelação de pirâmides, praças fechadas, um antigo reservatório e o escopo da cidade – apesar da localidade ser de difícil acesso, por sua floresta densa, a grande quantidade de pulsos do laser permite que eles adentrem a vegetação, criando um mapa com resolução de até um metro. Dependendo da intensidade da ação, é possível mapear os contornos do terreno, revelando colinas, valas, construções e ruínas antigas.





O ‘lidar’ já tinha sido colocado em prática desde os anos 1960, mas seu uso na arqueologia é relativamente recente. Em 2009, Diane e Arlen Chase, arqueólogos da Universidade de Nevada, EUA, foram pioneiros em sua utilização para mapear uma cidade maia, revolucionando a maneira como civilizações antigas são detectadas e estudadas. Apesar de ser um ótimo avanço, seu custo é grande e por isso muitos investidores são relutantes em usá-lo em pesquisas de regiões onde ainda não há indícios da antiga civilização Maia.


“Por muito tempo, nossa compreensão da civilização maia foi limitada a uma área de algumas centenas de quilômetros quadrados. Essa amostra limitada foi obtida com grande esforço, com arqueólogos vasculhando meticulosamente cada metro quadrado, cortando a vegetação com facões, apenas para descobrir que estavam em cima de uma pilha de pedras que poderia ter sido a casa de alguém há 1.500 anos”, ressaltou Luke Auld-Thomas.

Os dados do estudo são úteis para avaliar a densidade de assentamento em uma escala regional, já que excedem os valores registrados em Belize e Guatemala, mas eles não fornecem um quadro completo do nível de urbanização – para isso é necessário a análise da variabilidade do local e os gradientes de densidade. Uma sub pesquisa revelou que as densidades registradas são compatíveis com as de outros sítios arqueológicos maias, como Oxpemul e Becan.

Arqueólogos do século XX já afirmavam que o interior de Campeche tinha uma passagem antropogênica – modificada pelo homem, com áreas urbanizadas onde havia um choque entre as populações rurais e as cidades densas. A descoberta de Valeriana faz com que os especialistas acreditem cada vez mais em que os trópicos e subtrópicos abrigavam uma grande variedade de urbanismos na antiguidade.


No entanto, as pesquisas entraram em conflito entre: reconhecer a variabilidade na densidades desses assentamento e o achado de evidências que sustentam um passado mais densamente urbanizado do que se pensava antes. As discussões do mundo arqueológico sustentam em aberto a questão sobre se as áreas ainda inexploradas poderiam confirmar a existência de uma densidade urbana maior ou mostrar uma ocupação menos densa.


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