Cientistas Capturam Imagem Rara de um Planeta Gigante em Plena Formação
- multiversobycassi

- 21 de nov.
- 3 min de leitura
Astro-Bebê Flagrado: Cientistas Capturam Imagem Rara de um Planeta Gigante em Plena Formação.

Imagine olhar para o céu e ver um planeta nascendo. É exatamente isso que astrônomos de duas grandes instituições — a Universidade do Arizona (EUA) e o Observatório de Leiden (Holanda) — acabaram de conseguir. Usando tecnologia avançada, eles identificaram o planeta Wispit-2b, um mundo jovem que tem apenas cerca de 5 milhões de anos, e ainda está sendo montado ao redor de sua estrela.
A descoberta, detalhada no Astrophysical Journal Letters, é importante porque, até agora, os cientistas só suspeitavam que os planetas nasciam dessa forma, limpando anéis de poeira e gás. Nunca isso havia sido observado tão diretamente e com tantos detalhes.
O Berçário Cósmico
Os planetas nascem dentro de grandes discos protoplanetários, que são como "panquecas" gigantes de gás e poeira que giram ao redor de uma estrela recém-formada. A ideia é que, dentro desse disco, a poeira e o gás se juntam gradualmente, formando pedaços cada vez maiores até que a gravidade os transforma em planetas.
O Wispit-2b é um desses "bebês". Trata-se de um gigante gasoso, um tipo de planeta como Júpiter ou Saturno, mas ele é cinco vezes mais maciço que Júpiter. Ele está localizado a cerca de 437 anos-luz de distância da Terra, e seus 5 milhões de anos o tornam extremamente jovem em termos cósmicos.
A Evidência Crucial: As Lacunas no Anel
O ponto-chave da descoberta é a forma como o Wispit-2b foi encontrado. O telescópio o flagrou como um ponto brilhante e roxo (que indica o material quente do planeta) em uma região que foi limpa dentro do anel de poeira e gás que cerca a estrela-mãe.
Imagine o disco protoplanetário como um tapete de poeira. O planeta Wispit-2b é como um poderoso aspirador de pó que, ao nascer e crescer, abre uma lacuna ou um sulco no tapete ao seu redor, sugando o material para aumentar seu próprio tamanho. A observação de que o planeta está justamente nesse sulco reforça a teoria de que essas lacunas nos discos são o "sinal de nascimento" de planetas em crescimento.
Uma Janela para o Passado do Nosso Sistema Solar
Para os astrônomos, observar o Wispit-2b é como ter uma máquina do tempo. Eles acreditam que o nosso próprio Sistema Solar, bilhões de anos atrás, passou por um processo muito parecido.
A teoria é que Júpiter e Saturno, quando eram apenas protoplanetas, também agiram como aspiradores gigantes, limpando os anéis de poeira originais para alcançar seus tamanhos atuais. Ao estudar o Wispit-2b, os cientistas podem ver em ação os mecanismos que moldaram a Terra e seus vizinhos, conseguindo encaixar as peças de como tudo começou.
Como a Imagem Foi Capturada
Para conseguir essa visão inédita, os pesquisadores utilizaram um telescópio chamado Magellan (no Chile) e o Large Binocular Telescope (no Arizona). O segredo foi usar uma técnica chamada óptica adaptativa (MagAO-X), que corrige a distorção causada pela atmosfera da Terra, permitindo imagens diretas e nítidas.
Os cientistas também olharam para o planeta usando a luz H-alfa. Essa luz é liberada quando o gás de hidrogênio do disco cai sobre o planeta jovem, formando um anel de plasma visível. Eles também analisaram o planeta por meio do infravermelho.
Curiosamente, os cientistas detectaram um segundo ponto de potencial interesse em outro anel mais próximo da estrela, que pode ser um outro planeta em formação. Isso mostra que o sistema Wispit pode ser um berçário planetário ainda mais movimentado do que se imaginava inicialmente.
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