Pesquisadores finalmente resolvem mistério de 5 mil anos de Stonehenge
- multiversobycassi
- 4 de ago.
- 2 min de leitura
Pesquisa recentemente publicada no Journal of Archaeological Science: Reports pode ter finalmente esclarecido um dos maiores mistérios sobre Stonehenge

Stonehenge, o famoso monumento pré-histórico localizado na planície de Salisbury, na Inglaterra, continua a intrigar cientistas e arqueólogos ao redor do mundo, mesmo séculos depois de sua construção. Nos últimos dias, uma nova pesquisa pode ter finalmente esclarecido um dos maiores mistérios relacionados a ele: a origem das suas icônicas bluestones.
Um grupo de pesquisadores, liderado pelo professor Richard Bevins da Universidade de Aberystwyth, revisitou as discussões acerca do Newall boulder, uma pedra descoberta durante escavações há cerca de cem anos em Stonehenge.
O debate central gira em torno de como essas rochas menores, que compõem parte do monumento, chegaram ao local: seriam elas resultado do transporte por geleiras vindas do País de Gales ou teriam sido movidas por humanos há mais de 5.000 anos?
Utilizando análises geocamicas e microscópicas, a equipe comparou o Newall boulder com amostras coletadas de uma formação rochosa em Craig Rhos-y-Felin, no País de Gales. De acordo com o portal Daily Mail, os resultados foram claros: não há evidências que suportem a primeira hipótese.
Na verdade, suas características coincidem precisamente com as das rochas encontradas em Craig Rhos-y-Felin, indicando que humanos transportaram essa pesada pedra, encontrada a mais de 200 quilômetros de distância.
Além disso, os pesquisadores observaram que a análise química revelou que o Newall boulder e outros fragmentos encontrados em Stonehenge compartilham níveis idênticos de tório e zircônio com as rochas de Craig Rhos-y-Felin. Isso sugere fortemente que os povos neolíticos não apenas extraíram essas pedras na região galesa como também realizaram um esforço logístico notável para levá-las até o monumento.
A nova pesquisa foi publicada no Journal of Archaeological Science: Reports e trouxe à tona outra descoberta significativa sobre uma das pedras enterradas em Stonehenge: análises recentes confirmaram se tratar de uma rhyolite foliated, semelhante ao Newall boulder.
A movimentação dessas rochas, que podem pesar mais de três toneladas, demonstra uma impressionante capacidade organizacional dos construtores neolíticos.
Os pesquisadores destacaram que "parte da fascinação por Stonehenge é que muitos de seus megalitos, ao contrário dos grandes sarsens relativamente locais, podem ser provados como tendo sido originados no País de Gales, a mais de 200 km a oeste".
Teorias
Historicamente, houve controvérsias sobre se essas pedras poderiam ter sido transportadas por gelo ou se foram movidas por seres humanos. A teoria glacial foi defendida pelo geólogo Dr. Brian John, que argumentou anteriormente que marcas de abrasão glaciais estavam presentes no Newall boulder. Contudo, os novos estudos sugerem que tais características poderiam ser resultado da erosão natural e não do transporte glacial.
Os especialistas argumentam ainda que mesmo se as pedras tivessem sido levadas por gelo no passado, isso não explicaria a presença exclusiva desses fragmentos em Stonehenge e não em outras partes da planície de Salisbury.
A equipe concluiu com 95% de certeza que as evidências apontam para o transporte humano das bluestones até o monumento. Eles ressaltaram que a presença do próprio Stonehenge é uma prova da movimentação pelas comunidades neolíticas e que mover pedras pesadas era inteiramente possível com as tecnologias disponíveis na época.
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