O que o espiritismo nos conta sobre o véu do esquecimento!?
Neste artigo vamos falar sobre um assunto sempre atual, sempre intrigante a inda indecifrável!
Embora algumas pessoas relatem ter uma boa recordação de vidas passadas, naturalmente ou através de terapias de vidas passadas, o fato é que de forma geral, não lembramos muito além de poucos lampejos que se confundem com nossa própria imaginação.
O estudo do espiritismo surgiu como doutrina estruturada em 1854, baseado em uma filosofia com conceito e metodologia, na França, pelas mãos de um estudioso chamado Allan Kardec que difundiu essas ideias modernamente. Esse ensinamento na verdade foi redescoberto pois em tempos remotos o ser humano era muito mais espiritual, todavia em algum momento de nossa história planetária esse elo se perdeu.
O Esquecimento do passado é algo que ainda não pode ser explicado completamente, especialmente como pode o homem aproveitar da experiência adquirida em suas existências anteriores, quando não se lembra delas, pois que, desde que lhe falta essa lembrança, cada existência é para ele como se fosse a primeira; deste modo, estamos sempre a recomeçar.
Proponho a seguinte abstração: Suponhamos que cada dia, ao despertar, perdemos a memória de tudo quanto fizemos no dia anterior; quando chegássemos aos 70 anos, não estaríamos mais adiantados do que quando éramos crianças. Ao passo que, como recordamos nesta vida os nossos acertos e as nossas faltas e, por consequência as punições que disso provieram, somos capazes de nos esforçar para evitar os erros novamente.
Para ampliar a comparação, pensemos em um estudante no colégio, é difícil compreender como este aluno poderia aproveitar as lições da próxima série, não se lembrando do que aprendeu na série anterior.
Essas questões sobre a continuidade na vida do Espírito, poderiam parecer que interrompem todas as relações anteriores e fazem dele, de alguma forma, uma entidade nova. Assim, uma das coisas que se pode pensar prematuramente é que, se os nossos pensamentos morrem com cada uma das nossas existências, para renascer em outra, sem consciência do que fomos; é uma espécie de aniquilamento.
Porém, como Tudo se encaixa e se encadeia no Espiritismo, e, quando se olha o conjunto, vê-se que seus princípios emanam uns dos outros, servindo-se mutuamente de apoio. Então, o que poderia parecer uma anomalia contrária à justiça ou à sabedoria Divina, se torna natural e vem confirmar essa mesma justiça e essa sabedoria.
Tal é esse problema relativo ao esquecimento do passado, que se prende a outras questões não menos importantes e, para isso, o espiritismo propõe uma explicação:
Se, em cada uma de suas existências, um véu esconde o passado do Espírito, mas é apenas um véu, pois nada de fato perde ele das suas aquisições, apenas esquece o modo por que as conquistou.
Servindo-se ainda da comparação com o aluno no colégio, o espiritismo diria que pouco importa saber onde, como, com que professores o aluno estudou as matérias de uma classe, uma vez que as saiba, quando passa para a etapa seguinte.
Se os castigos o tornaram disciplinado e amoroso, que lhe importa saber quando foi castigado por ter sido preguiçoso e insubordinado? É assim que, reencarnando, o homem traz por intuição e como ideias inatas, o que adquiriu em conhecimento e moralidade em suas outras vidas.
O que o espiritismo cita por moralidade vai muito além da moral humana, porque se, no curso de uma existência, o espírito se melhorou, se soube tirar proveito das lições da experiência, se tornará melhor quando voltar; seu Espírito, amadurecido na escola do sofrimento e do trabalho, terá mais firmeza; longe de ter de recomeçar tudo, ele possui um fundo de saber intuitivo que vai sempre crescendo e sobre o qual se apoia para fazer maiores conquistas.
E mesmo que o homem não tenha lembrança das vidas passadas, o espiritismo defende que esse esquecimento só se dá durante a vida corpórea encarnada e; uma vez terminada ela, o Espírito recobra a lembrança do seu passado progressivamente; então poderá julgar do caminho que seguiu e do que lhe resta ainda fazer em seu aprendizado terreno; pois em sua vida espiritual, que é a vida normal do Espírito, não há esse esquecimento.
O espiritismo ainda defende que Esse esquecimento temporário é um benefício da Providência nesta realidade de extrema densidade onde a experiência se adquire, muitas vezes, por duras provas e terríveis expiações, cuja recordação seria muito penosa e viria aumentar as angústias e tribulações da vida presente. Se os sofrimentos da vida parecem longos, como seria se a eles se juntassem a lembranças do passado?
Esse benefício de amor da providência é explicada através do exemplo do seguinte exemplo: imagine que atualmente você é uma pessoa de bem, mas que talvez deva isso hoje aos rudes castigos que recebeu pelos malefícios que hoje te repugnariam à consciência. Argumenta-se que seria desagradável e difícil de administrar a lembrança de ter sido, eventualmente, torturado ou enforcado em castigo pelas maldades cometidas. Sendo perseguido não só pela vergonha de si mesmo, mas também pela falta de compreensão da sociedade pois o coletivo também não possui gradiente de evolução suficiente para encarar essa lembrança de forma amadurecida.
Imagine ainda — o que é um caso muito comum segundo o espiritismo — que em suas amizades ou em sua família se encontre um indivíduo que em outras vidas tenha te desonrado, ou arruinado e, agora arrependido, veio a encarnar no meio das tuas relações, ligar-se a ti pelos laços de família, trabalho ou amizade, a fim de, por amor, reparar suas faltas para contigo. Como seria se ambos lembrassem das desavenças do passado? Muito provavelmente em vez de remissão, haveria a eternização do ódio.
Assim o espiritismo esclarece, segundo seu entendimento, que a lembrança das vidas passadas perturbaria as relações sociais e seria um tropeço ao progresso.
Outro exemplo: Suponha que um indivíduo condenado tome a firme e sincera resolução de tornar-se uma pessoa de bem, o que acontece quando ele termina o cumprimento da pena? A sociedade o repele, e essa repulsa o lança de novo nos braços do vício. Se, porém, todos desconhecessem os seus antecedentes, ele seria bem acolhido, aumentando as chances de regeneração da alma; e, se ele mesmo os esquecesse, poderia ser honesto e andar de cabeça erguida, em vez de ser obrigado a curvar-se pelo peso da vergonha daquilo que não pode esquecer.
Isto está em perfeita concordância com a Doutrina dos Espíritos, a respeito dos mundos superiores ao nosso planeta, nos quais, só reinando o bem, a lembrança do passado nada tem de penosa; eis por que seus habitantes se recordam da sua existência precedente, como nós nos recordamos hoje do que ontem fizemos. Quanto à lembrança do que fizeram em mundos inferiores, ela produz neles a impressão de um pesadelo eventual. E sim, o espiritismo defende a existência de uma pluralidade de mundos habitados em evolução.
E o que no fundo importa o que fizemos e o que sofremos para aprender, se hoje estamos no bom caminho? Aos olhos do mundo, você é uma pessoa nova; e aos olhos de Deus, um Espírito reabilitado. Livre da recordação de um passado inoportuno, vivendo com mais liberdade; um novo ponto de partida para cada alma.
Mesmo nessa vida corrente, quantos dentre vós desejariam poder lançar um véu sobre os passos do passado!
Quantos no final de seus dias dizem: “Se eu pudesse recomeçar, não faria mais o que fiz!”
Pois saiba que, em uma nova existência, seu Espírito trará, em estado de intuição, as boas resoluções que tiver tomado. É assim que se efetua gradualmente o progresso da humanidade.
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